A Província - Estudo sobre a descentralização no Brasil

fecharam infelizmente a escota revolucionária de 1831 para consagrarem templos ao ídolo restaurado em 1840.

Celebrou-se desde então a comunhão dos partidos quanto a princípios de governo; e, para que alguma cousa o distinguisse do conservador, limitava-se o liberal a agitar a urgência de melhoramentos materiais, de reformas econômicas, planos administrativos e financeiros. De garantias e franquezas já se não fazia cabedal.

Trinta anos de desilusões, porém, assaz esclareceram o país. A política chamada da ordem e a da moderação, suprimindo ou esquecendo a liberdade, não lhe deram em compensação a glória; e afinal, descrido, inquieto, saciado, vê-se o país atravessando os primeiros episódios de uma longa crise econômica, com os sinais do terror por toda a parte, e os horizontes a esclarecerem mais e mais. Ei-lo, pois, volvendo contrito aos altares da democracia, que não devêra abandonar.

Administrações estéreis e infelizes, negligentes e corrompidas aceleraram este súbito movimento da opinião, esta leva de broqueis em prol das reformas fundamentais. Dolorosas decepções suscitaram à liberdade inumeráveis defensores. Debalde o contestam, com incorrigível obstinação, aqueles cuja cegueira jamais deteve a marcha fatal das revoluções.

Queremos, sem dúvida, reformas constitucionais. Só nas estagnadas sociedades d'Ásia são invioláveis as instituições dos povos. Quando a gótica Alemanha constitui

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