CAPÍTULO I
A OBRA DA CENTRALIZAÇÃO
Longe vão as eras em que os povos sonhavam a fundação de poderosas monarquias. Longe vão esses tempos belicosos em que fora a unidade garantia da independência, condição da força e grandeza.
Una e indivisível parecia então dever ser a própria república.
Caem os Girondinos vítimas dessa paixão funesta. Calam-se as assembleias da Revolução: não há mais que um amo, símbolo vivo da unidade nacional; um só pastor e um só rebanho. Deslumbrado pelos esplendores da própria grandeza, o déspota converte a França em açoite da Europa. É um campo de batalha o mundo inteiro. Ornam os triunfos do imperador, príncipes e reis. Tronos góticos, ele os despedaça; povos e estados unem-se ou separam-se por éditos do guerreiro. Jamais se viu tão absoluta onipotência! Mas tamanho poder, exercido por um gênio, o que é que construiu duradouro? Pôde ao menos preservar imarcescíveis os louros de uma glória imensa?
A França e a Europa volvem dessa ilusão fascinadora; começam os povos a compreender que é um