cooperarem seriamente para o progresso das luzes, embaraçam os cidadãos que empreendem esta obra evangélica, e ousam sujeitar ao anacrônico regime das licenças e patentes a mais nobre das artes, aquela que lavora com o espírito.
Mas não basta permitir a todos, sem exceção alguma, e sem exigência também alguma, o exercício de um dos direitos do homem, o de ensinar. Contingente poderoso para o grande resultado, a liberdade do ensino, que é muito, não é tudo nas condições imperfeitas de nossa sociedade e de todas as sociedades modernas. O século propõe-se realizar o ideal da máxima simplificação do mecanismo que se chama Estado; onde é, porém, que o sentimento da responsabilidade individual, o poder da iniciativa particular e o espírito de associação subiram ao ponto de dispensá-lo?
Sob a influência da filosofia inspirada na eterna moral do evangelho, quase simultaneamente os povos modernos, sem condenarem aliás o ensino particular, organizam um poderoso sistema de instrução elementar baseado no imposto. O mais atrevido exemplo dessa organização o deram, um após outro, ao impulso de Horacio Mann, os estados da União Americana, onde outrora vastas e ricas associações fundavam e mantinham numerosas escolas. Em Inglaterra duas associações igualmente vigorosas desempenham a mesma missão humanitária; mas lá se propôs agora ao parlamento, e agita-se seriamente o problema da organização oficial do ensino. É que aí também o nobre esforço dos cidadãos e das sociedades não satisfaz às aspirações de cada localidade tão plenamente, como o ensino público nos Estados Unidos,