A Província - Estudo sobre a descentralização no Brasil

do sistema cujo elogio fizera e a quem servira, mas desiludido afinal diante do triste espetáculo da sua pátria corrompida pela centralização e aviltada pelo despotismo. "Consequências extremamente prejudiciais ao país, escreve Vivien, tem-lhe acarretado a centralização administrativa. Colocou ela o governo sob o peso de uma solidariedade que não tem sido estranha às agitações políticas destes últimos tempos. Nada fazendo-se, por assim dizer, no município ou no departamento, senão com autorização, em virtude de ordem ou em nome do governo, achou-se este envolvido em todos os negócios, e, por uma consequência necessária, se lhe imputaram todas as faltas cometidas, todas as delongas experimentadas, todos os acidentes supervenientes. Como sua mão em toda a parte se encontrava, por toda a parte com ele se houveram e em todas as ocasiões: a ele acusaram dos desvios dos seus agentes, e das próprias medidas que o forçaram a autorizar, das imposições excessivas, dos orçamentos em déficit, das desordens financeiras do mal estado dos caminhos, da ruína dos edifícios, da polícia mal feita, da escola mal dirigida; tornou-se o governo, em suma, o objeto exclusivo de todos os descontentamentos (6)Nota do Autor".

É no seio dessas paixões e à sombra dessas inúmeras contrariedades que leveda e rompe fatalmente a anarquia dos Estados. Dizia um ministro inglês, citado pelo mesmo Vivien: "Se eu quisesse provocar uma revolução social na Inglaterra, o que antes de tudo invocara, fora a centralização. Se ao governo pudesse lançar-se a responsabilidade por tudo quanto vai mal em um canto qualquer do reino, daí resultaria um descontentamento geral, um peso de responsabilidade

A Província - Estudo sobre a descentralização no Brasil - Página 24 - Thumb Visualização
Formato
Texto