A Província - Estudo sobre a descentralização no Brasil

CAPÍTULO I

O ATO ADICIONAL

Em 1831 uma revolução nacional tentara quebrar o molde antigo que comprimia o Brasil, e imitar francamente os modelos americanos. O grande prestígio desse movimento memorável é a ideia que o iluminou e dirigiu.

Havia então nos homens políticos espontaneidade, ardor, fé viva na liberdade aquecida ao sol da América. Não os retinham as falsas noções de governo que formam a triste atmosfera dos nossos dias. Alguns houve até que procuravam dar ao sistema em experiência do ato adicional o rigor lógico das instituições federais, que em gérmen continha. A câmara dos deputados votara que o Brasil seria monarquia federativa. Propuseram-se também, posto não o votasse a câmara, duas significativas medidas: uma para que cada província tivesse a sua constituição particular, feita por suas assembleias; outra para que o governo fosse provisoriamente vitalício na pessoa do imperador D. Pedro II, e depois temporário na pessoa de um presidente das províncias confederadas do Brasil. Com tanta energia circulavam as novas ideias, que outra proposta, aliás igualmente rejeitada, se ofereceu para que fosse a religião negócio de consciência,

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