A expedição do acadêmico G. I. Langsdorff ao Brasil, 1821-1828

representam para nós fontes mais completas de conhecimentos etnográficos e contém tentativas de análise de questões que são objeto de estudo da americanística contemporânea (Spix e Martius, Tschudi, Ehrenreich). Quanto ao trabalho de Steinen, não pode deixar de merecer a atenção dos atuais pesquisadores da sociedade primitiva. Esses autores tentaram resolver os problemas da origem da população nativa da América do Sul, das migrações antigas e atuais dos indígenas, etc. As questões da classificação das tribos, do estudo comparativo das línguas, embora tenham também envelhecido, ainda não perderam o interesse para o pesquisador contemporâneo.

As tribos do Brasil, estudadas pela Expedição de G. I. Langsdorff, despertam grande interesse não só da americanística, como também da ciência etnográfica em geral. Juntamente com algumas tribos autóctones de outros continentes, elas constituem grupos etnográficos que conservam, em boa parte, resquícios evidentes do regime social primitivo.

Assim, a maioria das tribos descritas se caracteriza por vestígios do clã matriarcal, por formas primitivas de produção e consumo sociais e pela ausência da propriedade privada.

Precisamente por isso as anotações da Expedição de G. T. Langsdorff adquirem singular valor, pois em muitos casos dão informações sobre aspectos culturais atualmente quase extintos, (11)Nota do Leitor além do que, de certas tribos, outrora numerosas, restaram poucos representantes e estes, inclusive, esqueceram sua língua materna.

Por último, julgamos necessário dizer algumas palavras sobre G. G. Manizer, autor do trabalho que ora publicamos. (12) Nota do Leitor