pesquisas nas zonas fronteiriças da Bolívia e no Paraguai. Os etnógrafos trabalharam inicialmente na parte meridional do Estado de Mato Grosso, estudando as tribos dos cadueos e dos xavantes, após o que um dos participantes, S. V. Gueiman, dirigiu-se ao Chile, onde estudou os patagônios e os habitantes da Terra do Fogo. F. A. Fielstrup efetuou uma viagem por mar em torno do Continente e regressou à Rússia, enquanto G. G. Manizer continuou no Brasil realizando seus trabalhos de história natural, estudando uma série de tribos indígenas. Esse estudo foi particularmente detalhado em relação aos botocudos, caingangues, cadiueus e chanés.
O trabalho no Brasil foi feito com grandes dificuldades. Além de suas próprias limitações materiais, os membros da Expedição tiveram de correr sérios riscos, encontrando-se por vezes sob ameaça de morte. Assim, por exemplo, G. G. Manizer e F. A. Fielstrup por pouco não pereceram quando, navegando num bote, naufragaram no rio Paraguai. A eclosão da Primeira Guerra Mundial também complicou bastante o trabalho. Após algum tempo de demora forçada, G. G. Manizer regressou à Rússia em fins de 1915.
Desde então iniciou-se um intenso trabalho de preparação para dar a público o material recolhidos na América do Sul e o estudo das coleções do Museu de Antropologia e Etnografia. Ademais, Manizer prosseguiu em suas ocupações gerais de estudo de línguas, filosofia e biologia.
Em fins de 1916, G. G. Manizer interrompeu suas ocupações científicas e ingressou no Exército como voluntário. Encontrando-se na frente meridional, adoeceu de tifo exantemático e morreu a 21 de junho de 1917.
O estudo dos trabalhos publicados e particularmente dos manuscritos deixados por ele, revela quão brilhante e extraordinário era esse homem.
O material que recolheu durante sua estada no Brasil atesta a vastidão de seu campo de atividades e a profundidade de seus conhecimentos. Além das observações etnográficas, do estudo das línguas de certas tribos indígenas do Brasil, G. G. Manizer dedicou atenção à colheita de material folclórico, ao registro de notas musicais das canções indígenas, à elaboração de minuciosos mapas etnográficos das zonas estudadas, ao desenho