em Frankfurt-sobre-o-Meno, e no ano seguinte — 1813 — reproduzido numa edição barata em 8º(2). Nota do Autor "Cada observador tem seu próprio ponto de vista" — diz Langsdorff no prefácio desta obra — "pelo qual vê e julga os novos objetos: tem sua própria esfera, na qual se esforça por incluir tudo que está em mais estreito contato com seus conhecimentos e interesses... Tratei de eleger o que me pareceu representar o interesse geral — usos e costumes de diferentes povos, seu modo de vida, os produtos do país e a história geral de nossa viagem... O rigoroso amor à verdade — prossegue ele — representa não uma vantagem, mas o dever de cada cronista da viagem. Com efeito, é escusado discorrer sobre aventuras numa viagem tão longa como a nossa, ou compor contos sobre a mesma: ela fornece uma quantidade tão grande de coisas admiráveis e interessantes que nos basta esforçarmos em tudo observar e nada deixar passar".
Em sua estada em Portugal Langsdorff observou como se fazia uma preparação conveniente para uma navegação ao redor do mundo; viu que "... para viajar com proveito, eram necessários energia e vigor especiais, e para adquiri-los o melhor meio são as viagens anteriores. Eu me senti bastante feliz por me haver preparado para essa com as viagem feitas anteriormente, menos longas". Finalmente, para conservar o ânimo e a disposição durante o longo caminho era preciso possuir um caráter aventuroso — e isto também transparece nas páginas do livro de Langsdorff. Permanecendo meses inteiros no oceano, sem nada ver além de céu e água, o jovem cientista não entende como podem as pessoas queixar-se de tédio no mar: "O tédio ataca apenas aqueles - diz — que também em terra, por toda parte se entristecem, não encontrando distração em teatro, bailes ou em jogos de baralho. Numa expedição como a nossa, numa comunidade numerosa de sábios e de pessoas sequiosas de conhecimentos, era quase impossível deixar-se dominar pelo tédio — ao contrário, podia-se mesmo afirmar, com toda a razão, que o tempo não