A expedição do acadêmico G. I. Langsdorff ao Brasil, 1821-1828

da língua nukaguivana, com quase 400 palavras e expressões.

A 7 de junho de 1804 o "Nadiejda" e o "Nieva" alcançaram as ilhas Sandwich (Havaí), que já começavam a desempenhar significativo papel na navegação pelo Grande Oceano. Entretanto, aqui não se desceu à costa, e a única aquisição para a ciência constou de desenhos de um dos barcos dos nativos, que cercaram os navios. O "Nadiejda" prosseguiu viagem sozinho, e em meados de julho atingiu Petropávlovsk, na península de Kamtchatka. Aqui se iniciaram os preparativos para a viagem ao Japão, e Langsdorff lamenta que, em face do grande volume de negócios a tratar, não lhe tenham dado guias ou acompanhantes para a excursão pelo interior do país. Enviou ao acadêmico Kraft, em Petersburgo, uma carta com breves informações sobre seus trabalhos. Extratos dessa carta foram publicados na Revista Tecnológica, que a Academia editava, no tomo II, nº 2, 1805, sob o título: "Excerto da Carta de G. Langsdorff ao acadêmico Kraft sobre Kamtchatka". Num relato sobre a nova espécie de caranguejos descobertos nas ilhas Marquesas, sobre seu trabalho a respeito da luminescência do mar e das observações barométricas nos trópicos, ele falava com admiração da natureza em Kamtchatka e prognosticava-lhe um belo futuro, com a só condição de que se introduzisse o conforto no modo de vida de sua população. "Com grande satisfação fixei meus primeiros olhares no campo em Kamtchatka. Minha satisfação aumentou cada vez mais com a observação dos arredores. Aqui poderiam ser cultivados os mais admiráveis e frutíferos vales. Os insetos, dos mais diversos gêneros, que se cobrem com as mais diversas cores, são um deleite diário para os meus olhos. Os produtos naturais são muitos, mas poderiam ser obtidos em quantidades incomparavelmente maiores mediante o cultivo da terra". E adiante: "A primeira exigência deste país consiste em ser povoado, ter bons lavradores, artesãos e industriais. Via de regra, sente-se carência daqueles conhecimentos que num Estado civilizado servem para a satisfação das necessidades mais imediatas. Por exemplo: seria inteiramente indispensável estabelecer aqui o trabalho de olaria, fábrica de tijolos, produção de sabão e sal, e ter gente destra na pesca de baleias, na conservação (por meio de salmoura) e dessecamento