do dicionário de bolso que para ele compusera Klaprot, constituído de termos do dialeto dos ainos.
A 4 de julho o "Nadiejda" chegou a Petropávlovsk. Aí Langsdorff teve que escolher entre dois trajetos a fazer — ou prosseguir viagem no "Nadiejda" ou aproveitar a oferta de Riezanov, que queria levá-lo consigo como médico às ilhas Aleutas e à costa oeste-setentrional da América do Norte, aonde ia tomar posse da Companhia Russo-Americana. Riezanov propunha um acordo por escrito em condições vantajosas, proporcionando toda sorte de cooperação às suas pesquisas científicas.
"Minha escolha — diz Langsdorff — foi finalmente feita em favor da América, porquanto considerei meu dever perante a Ciência não deixar escapar tão inusitada e rara viagem, ainda mais em condições que pareciam tão propícias".
Como ponto final da viagem, propôs-se primeiro a ilha Kodiak, onde se estabelecera o centro principal da Companhia. Pela manhã de 14 (28) (3) Nota do Tradutor de junho de 1805, a galeota "Maria", com Riezanov, Langsdorff e alguns oficiais, mais a equipe de industriais, fez-se ao mar. Deram a Langsdorff, como ajudante, um caçador amador. A caminho da ilha Kodiak, "Maria" visitou as ilhas Unalasca e São Paulo. Nesta última os viageiros assistiram à caça às baleias. Depois fez-se uma parada na ilha Unalasca, onde havia, da mesma forma que na ilha São Paulo, um posto da Companhia Russo-Americana. A sede do administrador geral da Companhia, A. A. Baranov, se encontrava então na ilha de Sitka, e Rezanov rumou, atrás dele, para esses novos domínios russos.
Partindo a 20 de agosto da ilha Kodiak, a galeota "Maria" já a 26 estava em Norfolk-Sound, e Baranov hospitaleiramente recebeu os visitantes. Novo-Arkhangelsk, eis como se chamava essa povoação, que mal começava a ser erguida. Nela não se encontravam víveres suficientes para a invernada. Nas duras condições da invernia em Sitk, Langsdorff, distanciado do mundo, em plena solidão, escreveu uma carta a seu discípulo Blumenbach (4): Nota do Autor