da Academia de Ciências para uma tribo deste continente, até agora pouco conhecida, os botocudos (Budocudo) e observei que entre este povo não muito numeroso impera o costume de perfurar o lábio inferior e nele introduzir um adorno — exatamente como no litoral norte-ocidental da América, com a só diferença de que, entre estes últimos, apenas as mulheres usam essa perfuração labial, ao passo que entre os indígenas brasileiros isso se verifica em ambos os sexos. Consegui reunir com dificuldade algumas palavras da língua desta nação, de modo que a Assembleia da Academia de Ciências tenha a possibilidade de compará-las com as da língua falada em Norfolk Sound [isto é, na ilha de Sitka — G. G. M.]:
cabeça — keh
orelhas — moh
nariz — jun
boca — mah
cabelos — rinkeh
dentes — yun
braço — iporo
mão — poh
dedo — ponting
unha — pogaringa
peito — min
umbigo — igraik
pernas — num
língua — itjo
comer - jakiä
joelho — ikarum
beber — itiok
fogo — jumbak
água — manjan
está frio — dabri
está quente — woga
sol — oda
lua — taru
estrelas — huneët
sujo — mèm
mulher — matoh
homem — jukna
grande — nikmun
pequeno — parakbebe
olhos — ketom"
Ignora-se, naturalmente, o que ele queria dizer com a afirmação de que reunira "com dificuldade" essas 30 palavras, mas entre elas há visíveis equívocos e sua transcrição altera bastante a fisionomia das palavras. É curioso notar que, precisamente nessa ocasião, um outro viajante, o príncipe Wied-Neuwied, se tenha ocupado com os botocudos e logo publicado um livro em que muito se fala neles. Também se interessou por eles o autor do Journal du Brésil barão Eschwege, explorador do Estado de Minas Gerais.
A 27 de junho de 1814, Langsdorff escreveu à Academia sobre o encontro "com meu camarada de universidade