barão Eschwege, que há muitos anos já vive na província de Minas Gerais, a serviço de Portugal", e junto com a carta enviou à Academia a Memória e o diagrama dos conhecimentos que esse cientista possuía da terra propondo ainda à Academia aceitá-lo entre os seus membros correspondentes. Com esse viajante, partiu Freireis para a Serra do Abaeté, a fim de continuar colecionando peças para a Academia; entrementes, Langsdorff comunicava que as coleções já atingiam grandes proporções. Em dezembro de 1815, conforme afirmou em carta de 22 de maio de 1816, ele próprio realizara uma excursão à Serra dos Órgãos, com o fim especial de obter para a coleção peles de anta, "que nestes lugares (cerca de 18 milhas do Rio de Janeiro) não são muito raras. Da mesma forma — prossegue ele — consegui matar um grande e belo animal dessa espécie. Tive de preparar a pele no local, devido ao grande calor do verão, ao peso considerável do animal e a distância, em que me encontrava de qualquer habitação. E para isso tive que fazer eu mesmo todos os preparativos necessários. Com alguma dificuldade e esforço, coube-me efetivamente a sorte de conservar para a Ciência este admirável espécime — grande mamífero da América do Sul. Tenho a honra de oferecê-lo à Academia de Ciências".
Comunicou, mais adiante, que juntamente com a pele de anta seguiam cem peles de macacos, preguiças, marsupiais, etc. "Os caixões, pelos quais paguei mais de 125 rublos, peço entregar a meu sogro".
A preocupação incessante de Langsdorff, durante os anos seguintes, de enviar sempre mais espécimes ao Museu da Academia de Ciências, facilitou bastante o crescimento desse Museu. (*)Nota do Autor Por essa época exemplares da América do Sul estavam longe de ser encontradiços nos museus, e não me equivocarei se afirmar que a coleção petersburguense, então e posteriormente, ocupava, sob esse aspecto, um dos primeiros lugares da Europa. (10)Nota do Autor
A situação interna do Brasil, após o traslado da Corte (1808), melhorou consideravelmente. Em 1813 iniciou-se o