afluxo de colonos ao novo império. Espanhóis, norte-americanos, irlandeses e alemães chegavam anualmente ao Brasil; preferiram estabelecer-se particularmente nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O Governo, que antes só cuidava dos interesses da Metrópole, passou a fomentar por todos os meios a colonização. Em 1818 elaborou-se o primeiro contrato (Gachet) para o estabelecimento de imigrantes, no qual se previa a remuneração dos gastos de viagem, a concessão de terra, animais, ferramentas de lavoura e toda espécie de privilégios aos recém-chegados. Entre as colônias que agora surgiam, alcançou um florescimento particularmente elevado a de Nova Friburgo, fundada em 1819, na Serra dos Órgãos (a 850 metros acima do nível do mar), no Estado do Rio de Janeiro.
G. I. Langsdorff, com surpreendente e renovado interesse — e de acordo com as exigências daquela sociedade, no seio da qual teve de viver e atuar — começou a trabalhar em prol da jovem população brasileira, que tanto o maravilhara desde os primeiros dias de seu contato com o país. Ardorosamente, empreendeu a propaganda pela emigração para o Brasil. Possuindo também, por essa época, propriedade territorial no Estado do Rio de Janeiro, requereu férias ao governo russo, em 1820, e partiu para a Europa em busca de colonos para suas terras.
Em novembro de 1820, ao chegar a Paris, publicou um folheto em forma de memória, visando a estimular a emigração para o Brasil, sob o título: Mémoire sur le Brésil pour servir de guide à ceux qui désirent s'y établir, par M. le Chevalier G. de Langsdorff, Consul général de Russie au Brésil, Membre de l'Académie Impériale des Sciences à Saint-Petersbourg et de plusieurs autres Société, savantes (20 págs.). Depois de Paris, visitou a Alemanha, publicando em Munique, em fevereiro de 1821, uma brochura sobre o assunto, mas bastante ampliada e com dados complementares. Intitulava-se: Bemerkungen über Brasilien mit gewissenhafter, Belehrung, für auswandernde Deutsche, Groos, Heidelberg, 1821,