de fazer repetidos experimentos sobre o efeito extraordinário dessa raiz medicinal.
"No dia 22 de junho do ano passado, em companhia de um grande séquito de Porto Feliz, província de São Paulo, descemos pelo Tietê. Deixamos a parte habitada e civilizada desta província e seguimos a corrente do rio, perigoso pela abundância de quedas d'água, até sua desembocadura no imenso Paraná. Durante vários dias descemos por esse importante rio até à embocadura do rio Pardo, depois subimos por este último até a suas nascentes, isto é, até os pontos em que, com os afluentes, se tornava acessível à navegação. Este rio corre inicialmente numa alta cordilheira que atravessa o Brasil de norte a sul e lança suas águas, ao oriente, no Paraná e, no ocidente, no Paraguai. Nesta altura, perto do divisor de águas, existe o povoado do Camapuã, muitas centenas de léguas distante de outros, em qualquer direção. Ali os viajantes, por preços exageradamente elevados, adquiriram sal, ferro, pólvora, munição e comestíveis e transportaram canoas, através da montanha, por terra firme, a uma distância de duas e meia léguas, tudo conduzido em dois carros enormes puxados por sete juntas de bois.
A 22 de novembro, cerca do meio-dia, prosseguimos nossa viagem fluvial. A princípio navegávamos através de saltos d'água em meio a um bosque exuberante, pelo correntoso ribeiro Coxim; a 3 de dezembro desembocamos no rio Taquari e a 12 alcançamos o local em que esse riozinho deságua no grande e magnífico rio Paraguai.
Até então, descendo o rio, a viagem era rápida e, até certo ponto, confortável, mas dali por diante tornou-se difícil, desagradável e lenta, subindo o Paraguai, o São Lourenço e o Cuiabá.
Chegou a estação chuvosa e ao nosso avanço contrapunham-se dificuldades ainda maiores, devido à forte correnteza dos rios. Uma quantidade enorme de mosquitos nos cobria a todos remeiros desnudos e as canoas, e nos cercavam como uma nuvem. Nas margens próximas, alagadas, mal se podia encontrar um lugar enxuto para encostar as canoas, num breve descanso. E como cada árvore e cada arbusto (nos pantanais) estavam cobertos por milhões de formigas, era impossível encontrar