A instrução pública no estado de São Paulo - 2º vol.

às idades, alternando-as com cantos, marchas, exercícios militares ou ginásticos, trabalhos manuais, no torno ou na modelagem, fazendo-se tudo gradualmente e progressivamente, os meninos não se fadigam, a alternação traz-lhes o repouso de uma faculdade enquanto a outra entra em ação; e aproveitando a curiosidade da criança, poupando-lhe o fastidioso decorar, dá-se-lhe o ensinamento real. Junte-se a tudo isso um prédio conveniente, e teremos achado o melhor meio de realizar-se o ensino preliminar. A escola será então desejada pelo menino.

Para prova temos a Escola-modelo que já não tem como aceitar os alunos que a procuram, nada menos de 70 deixaram de matricular-se este ano por falta de lugar. É por este molde que desejamos ver hundados todas as escolas do Estado; e com este intuito, aproveitando a autorização legislativa, iniciamos a construção de um edifício apropriado no bairro da Luz. Quiséramos mais dois, se as circunstâncias o permitissem, um na Liberdade e outro no Braz, com o do Largo da República nos dariam quatro escolas-modelo na Capital com capacidade para mais de mil alunos. Também no interior do Estado pretendemos fazer alguma coisa neste sentido; reunindo as escolas públicas de uma cidade em um mesmo edifício para cada sexo, dando-lhes o mesmo programa, comissionando até um professor da Escola-modelo para ali iniciar o ensino, havemos de conseguir multiplicá-las por todo o Estado e realizar assim a reforma completa da instrução primária. E serão, porventura, bastantes os meios para o conseguir? O futuro no-lo dirá.

A principal necessidade de nossa instrução preliminar é possuir escolas bem regidas. Desde que as tenhamos, o povo mesmo as procurará, independentemente da obrigatoriedade legal. Para obtê-las, porém, é forçoso termos bons mestres e em número suficiente, criando para tanto Escolas Normais em diversos pontos do Estado, onde haja meios de fazer tirocínio prático onde o normalista aprenda