A instrução pública no estado de São Paulo - 2º vol.

organizá-la: livreiros conheço que estão prontos a darem todas as edições das obras que publicaram a uma biblioteca pública. Quantos moços, terminado o curso, deixariam nesse estabelecimento os livros que compraram e de que não mais precisam? Quantos professores, cujas ricas bibliotecas regorgitam, não dariam os livros que lhes sobram, não deixariam por sua morte, como herdeiro dessas riquezas, o povo que lê. Pequena verba anual bastaria para pagar o pessoal e para comprar alguns livros; as permutas oficiais, as sociedades literárias, o interesse dos editores em tornarem as suas conhecidas, a generosidade popular, concorreriam para completar essa criação. A Livraria Guillard Ailland & Cia., de Paris, oferece uma coleção de obras editadas pela casa para uma biblioteca pública de São Paulo. A Livraria Alves & Cia., do Rio de Janeiro, também oferece, para o mesmo fim, livros para o mesmo. Os Srs. Guilard, Ailland não se contentarão da generosa oferta, prometem insistir com os colegas de Paris para seguir-lhes o exemplo."(Do relatório Cesario Mota).

1894. Fica criada nesta Capital uma biblioteca pública com a denominação de Biblioteca Pública do Estado. Para a mesma ficam criados os cargos de diretor, ajudante, porteiro e contínuo. As atribuições destes funcionários serão estabelecidos em regulamento, que também determinará o modo de franquear a biblioteca à frequência pública e todas as providências para execução da presente lei. As despesas com os vencimentos dos funcionários e custeio, correrão de acordo com o dispositivo da lei de orçamento vigente.(Lei 251 de 26 de agosto de 1894).

1896. A Biblioteca Pública foi inaugurada a 7 de abril do ano passado, e continua, regida pelo regulamento de 31 de dezembro de 1895, entregue à administração do bibliotecário, cidadão Jeronimo Azevedo, cuja dedicação não me excuso de encarecer. Franqueada ao