Centro da propaganda do Estado, eco, por sua imprensa, da que se fazia em todo o Brasil, a cidade aspirava pelas novas instituições. Gente respeitável havia ali, fiel à tradição, mas nas elites; porque a mocidade, a população como que se preparava, desde o 13 de maio, para a mutação. Não procede aquele desabafo de um dos esteios da propaganda, quando explicou a aparente indiferença popular; nem certo depoimento que desilusões perpetuaram, sobre o novo regime como fruto militar. Os últimos tempos do Reinado não caminhavam senão para a República; e de ninguém menos que Joaquim Nabuco foi a confissão de que tudo indicava estarmos nos aproximando "por uma gravitação irresistível, da hora da substituição". O depoimento de Campos Salles, insuspeito e autorizado, é decisivo no reivindicar o 15 de novembro como resultado de uma longa e trabalhada aspiração popular, que as armas realizaram mas não perduraria sem o sentimento nacional, para ela preparado longamente:
"Mas, verifica-se também, com indiscutível evidência, que se a Nação não estivesse voltada para um novo ideal político, atraída pela ação contínua de uma propaganda habilmente conduzida, corajosamente sustentada, o movimento militar, isolado e sem o concurso de elementos populares, não teria por certo revestido o caráter político com que se fez inscrever nas páginas da história nacional".(25) Nota do Autor