CAPÍTULO IV
SONHO E REALIDADE
Os meses que se seguiram à proclamação da República foram em Minas, como noutros Estados, de grande atividade política e administrativa.
Não era para menos. Punha-se abaixo um regime tradicional, de centralização e parlamentarismo, para levantar-se outro, de federação e presidencialismo. Como se sairia disso o país? Sem maiores tumultos, como ao abolir-se a escravidão, ou pagando caro em lutas internas e desgoverno, sua falta de experiência? A notória índole temperante de nossa gente estaria por uma resposta afirmativa. Mas as deficiências políticas e sociais, em que vivíamos, iam imprimir aos acontecimentos dos anos seguintes, sobretudo os mais próximos, feição agitada, para não dizer sangrenta. Ainda aí tinha razão Campos Salles ao acentuar que, malgrado ultimado nos quartéis, o 15 de novembro foi essencialmente civil. Oxalá situação congênere posterior se houvesse inspirado naqueles propósitos de preeminência da autoridade civil, de esforço construtivo: