reino nascida entre eles, circunstância que se dispunham a saudar como um penhor de que a sede do governo não seria transferida.
Os primeiros tempos de 1820 foram perturbados por algumas irrupções dos espanhóis da América, chefiadas por Artigas, no lado oriental do Prata. As tropas portuguesas, porém, expulsaram-nos logo e reforçaram as linhas pela ocupação de Taquarembó, Simar [Santa Maria] e Arroio Grande.
Entrementes a paz na Europa não havia trazido toda a tranquilidade que dela se esperava. Foi em vão que os velhos governos procuraram voltar às mesmas posições que ocupavam antes da revolução. As Cortes estavam reunidas na Espanha. Nápoles fôra convulsionada por uma tentativa de obter uma constituição semelhante à promulgada pelas Cortes Espanholas. Portugal começou então a sentir o impulso universal. Lisboa e Porto foram ambas sede de juntas de governo provisório e ambas convocaram cortes para estudar a elaboração de uma nova constituição e a reforma dos antigos abusos. A 1° de agôsto as Cortes de Lisboa haviam jurado adotar parcialmente a constituição das Cortes Espanholas, mas não foi senão no mês de novembro que o governo do Brasil tornou públicos os recentes acontecimentos da metrópole. De fato não era de esperar que o Brasil não tomasse conhecimento dos fatos da Europa. As províncias estavam todas mais ou menos agitadas. Pernambuco estava, como de costume, à frente do movimento e da sua manifestação. Uma importante reunião se realizara a cerca de 36 léguas de Olinda. Declararam seus membros que os agravos eram intoleráveis e que somente uma reforma total do governo poderia reconciliá-los com o prolongamento da submissão ao governo do Rio. As tropas reais foram de novo enviadas contra eles e foram vitoriosas após uma ação de seis horas, na qual perderam seis oficiais, 19 homens foram mortos e 134 feridos. As perdas do lado contrário foram muito maiores e, como sempre, as severas execuções militares agravaram os males da guerra civil e, ao mesmo