tempo, diversas vilas da comarca de Ilhéus também juraram defender a constituição. Parecia evidente que a nação inteira estava igualmente desejosa de uma mudança, na esperança de se libertar de vexames por que havia passado.
Mas a agitação da capital de nenhum modo havia chegado ao fim. Surgiram discussões acerca da eleição dos deputados às Cortes que, afinal, terminaram pela adoção do método estabelecido na constituição espanhola. As tropas acharam necessário publicar uma declaração negando que tivessem quaisquer intenções facciosas quando se haviam reunido a 26 de fevereiro e alegando que tinham comparecido como cidadãos ansiosos pelos direitos de toda a comunidade. O povo se reuniu em diversos lugares e diz-se que insultou várias pessoas, especialmente os membros do conselho que antecedera a revolução. Para salvá-los da fúria do poviléu, três deles foram detidos por três dias e depois libertados, com uma proclamação que visava inocentá-los de qualquer acusação criminal e explicar os motivos da prisão.
Entrementes o Rei resolvera voltar a Lisboa e, assim, a 7 de março publicou uma proclamação anunciando sua resolução, juntamente com uma ordem no sentido de que os deputados eleitos ao tempo de sua partida partissem com ele, a fim de tomar parte nas Cortes e prometendo transportar os demais logo que estivessem prontos.
Tudo agora parecia correr em calma. Os preparativos para a partida de Sua Majestade prosseguiam. Resolveu ele então aproveitar a oportunidade da reunião dos eleitores, a 21 de abril, destinada à escolha dos deputados às côrtes, para submeter-lhes o plano que havia traçado para o governo do Brasil, a fim de receber a sua aprovação. Estes eleitores reuniram-se na Bolsa, belo edifício novo, junto ao mar, e ali se aglomeraram numerosos populares, alguns por simples curiosidade, outros desejosos de manifestar sua opinião sobre assunto tão importante, convictos de que usavam de um direito. O resultado dessa assembleia foi o envio de uma deputação ao rei insistindo pela adoção integral da constituição espanhola. O decreto da assembleia recebeu a assinatura do rei.
