entre elas e foi preciso pôr em jogo toda a autoridade e toda a popularidade do príncipe para restaurar a ordem. Na manhã de 17 Sua Alteza Real convocou os oficiais das duas nações e num pequeno discurso deu-lhes ordens como soldados, e recomendações como cidadãos no sentido de conservarem a obediência das tropas que comandavam e a solidariedade entre as forças. Ordenou-lhes que tivessem na lembrança que haviam jurado defender a constituição, e deviam confiar nela para satisfação de suas queixas.
Enquanto isso, as províncias mais longínquas haviam reconhecido a autoridade das Cortes e jurado defender a constituição. Mas o Maranhão em suas manifestações públicas não tomava conhecimento de ato algum do príncipe e declarava reconhecer somente o governo de Lisboa. Em Vila Rica, quando foi proclamada a constituição, as tropas se recusaram a reconhecer a autoridade do príncipe, acusando-o de reter o pagamento prometido pelo rei. Em Santa Catarina, posto que as medidas fossem menos violentas, a recusa em reconhecer o novo governador que fôra enviado, constituiu um ato de decidida insubordinação. Mas as agitações de São Paulo foram não somente de natureza mais séria, mas ainda de consequências mais graves do que em qualquer outra província.
A causa ostensiva da fermentação pública nessa cidade foi o descontentamento do regimento de caçadores por não receber o prometido aumento de soldo que, realmente, o príncipe não estava habilitado a conceder.
Aquela unidade, porém, tomou armas a 3 de junho e declarou que não as deporia senão quando recebesse o pagamento prometido. Estava em vias de ameaçar o governo municipal da cidade, quando foi detida pelo bom senso e presença de espírito do capitão José Joaquim dos Santos. O fermento, porém, aplacado por algum tempo, continuou a agitar não somente as tropas, mas o povo a um tal grau que os magistrados e os principais cidadãos acharam preciso dar logo alguns passos para regular a situação e satisfazer a tropa. Aproveitaram a oportunidade da reunião da milícia por ocasião de uma