se apóiam. Em breve porém desapareceram e de novo encontramos campos e jardins cercados. Após uma cavalgada agradável, mas quente, chegamos à vila ao meio-dia e fomos para a casa do Senhor Dom Antônio de Monteverde, que nos acompanhou aos jardins do Senhor Franqui, a fim de ver uma das maravilhas da ilha, a famosa Árvore do Dragão. Humboldt celebrizou esta árvore quando estava em pleno vigor. É hoje uma nobre ruína. Em julho de 1819 a metade de sua nobre copa caiu. A ferida foi coberta com massa. A data do desastre está ali assinalada. Como se toma muito cuidado com o venerável vegetal isto o garantirá pelo menos por outro século. Sentei-me para fazer um desenho(*).Nota do Tradutor Enquanto desenhava ouvi do Senhor Galway a seguinte história da família de seu proprietário, que com certa graça de linguagem e um pouco de adorno sentimental poderia servir de tema de uma novela moderna. Cerca de 1760 o marquês Franqui, devido a algum aborrecimento, confiou suas propriedades ao irmão e emigrou para a França, onde permaneceu até 1810, recebendo regularmente o rendimento de suas propriedades em Tenerife. Entrementes, durante o período inicial da Revolução, casou-se e teve uma única filha. Este casamento, contudo, foi somente um contrato civil, de acordo com a lei vigente na França, e com uma mulher divorciada, cujo marido era vivo. Mas nem a validade do casamento, nem a legitimidade da criança foram postas em dúvida. E o marquês Franqui, ao voltar para sua terra natal, trouxe consigo a filha, apresentando-a e tratando-a como sua herdeira. Parecia que tinha sido recebida como tal pela família. Ao morrer nomeou o marquês administradores de confiança para ela e para as propriedades, um dos quais o pai de seu marido. Apenas morto o marquês, porém, seu irmão reivindicou a propriedade, alegando que a Igreja não sancionara jamais o casamento do marquês e que a filha, por consequência, como ilegítima, não poderia ter nenhuma pretensão às terras. Iniciou, pois, uma ação contra os administradores e que prossegue ainda. Durante esse tempo a justiça recebe as rendas, o