Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823

oito ou mais negros, além do homem do leme. Os remadores erguem-se a cada remada e depois atiram-se de costas em seus assentos. Creio ter ouvido de atuais oficiais de marinha ser esta a maneira de remar antigamente os barcos de almirante na Inglaterra. Os remadores são aqui negros por toda a parte, alguns livres, e donos de seus barcos, outros escravos, que são obrigados a levar para casa uma quantia diária fixa, que passa para os patrões. Estes passam uma vida de total indolência, e são assim alimentados pelos seus escravos.

O lugar para onde estamos indo é Nossa Senhora da Luz, cerca de 12 milhas do Rio, para o fundo da Bahia, perto da boca do rio Guaxindiba, rio esse que nasce na serra de Taipu, e ainda que seu curso direto seja somente de cinco milhas, suas voltas medem 20 ou mais. E navegável e suas margens são espantosamente férteis.(*)Nota do Tradutor

A tarde estava encantadora e passamos através de muitas ilhas risonhas e promontórios alegremente arborizados, coalhados de jardins e casas de campo e de onde partem cada manhã para a cidade provisões, em inúmeros barcos e canoas através da baía. Nossa primeira impressão de Nossa Senhora da Luz foi uma alta margem vermelha, meio coberta de grama e árvores, erguendo-se sobre a água no sol da tarde, tal como Cuyp(**)Nota do Tradutor teria escolhido para um quadro. No momento em que eu estava desejando alguma coisa para dar-lhe animação, surgiram os bois pertencentes ao engenho e desceram para beber e