Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823

13 [de março] — Em acréscimo às nossas outras preocupações, o primeiro tenente caiu perigosamente doente. Mas o capitão Graham parece melhor, posto que não possa ainda vir ao tombadilho.

16 [de março] — Ontem à tarde o mercúrio do barômetro desceu, num espaço de tempo muito curto, uma polegada inteira e tivemos ventania. O frio aumentou sensivelmente. O termômetro Fahrenheit ficava frequentemente a 92° no ancoradouro do Rio; está agora a 68° e temos muitos doentes. B. vai melhor.

17 [de março] — O vento e o mar melhoraram, e o barômetro subiu ainda uma vez. O mercúrio permanece a 30 polegadas e dois décimos. Deitei-me às 4h estas duas manhãs, porque Glennie amavelmente me substituiu nessa hora em minha vigilância. Tiramos os tampões das janelas das cabines.

18 [de março] — Tudo vai melhor. A rapaziada de novo nos estudos. Foram tomadas algumas observações da lua. Estamos a 36°55' de latitude Sul e o termômetro está a 68°, o barômetro a 30-2.

A 19 e 20 o mercúrio do barômetro desceu gradualmente de 30 a 29-02 e subiu como dantes a 21. Soprou vento forte. O termômetro caiu a 58 na latitude de 42° S. Há muitos albatrozes e aves de São Pedro (Petrels) em torno do navio.

22 — Latitude 46°25' S. Longitude 52°40' W. O clima muito frio, posto que o termômetro esteja a 56° e o barômetro a 29-08; grande agitação. Grande número de pombos do cabo em torno do navio.

24 — Latitude 50°30'; termômetro a 44° de manhã e à noite. Ao meio-dia 47°. Vendo hoje dois pinguins pensamos que havia terra próxima, mas não encontramos fundo a cem braças. O clima frio parece ter um bom resultado em nossos doentes. O termômetro caiu subitamente e seguiu-se um forte vento S. O. Alegramo-nos em acender fogo na cabine.