Estou triste por termos passado tão longe da vista das ilhas Falkland, terra virgem de Sir John Hawkins.(*)Nota do Tradutor A ideia de ver uma cidade abandonada, no estado que estava, por todos os seus habitantes ao mesmo tempo a ponto dos animais domésticos se tornarem selvagens, tem algo de romântico. Pareceria a realização do conto árabe do Príncipe de Mármore e, como curiosidade verdadeira, acompanha de perto a descoberta dos estabelecimentos perdidos na Groenlândia. Não conheço nada que mais agrade a imaginação do que as situações que, aproximando períodos distantes de tempo, os coloca como se estivessem imediatamente ao nosso alcance. Lembro-me que há alguns anos passados, ao passar um dia inteiro em Pompéia, sem outra companhia que o meu guia, tornei-me tão íntima dos antigos romanos, de seus caminhos e seus hábitos, que me senti, quando voltei para casa em Nápoles, com seus lazzaroni e seus viajantes ingleses, como suponho que se sentisse um dos sete que dormem se fosse comprar pão, com moeda de há cinco séculos. Quanto às cidades de mármore da África Muçulmana, quando consideramos estarem expostas ao siroco, e lemos as experiências de Dolomeu sobre a atmosfera, durante a duração desse vento em Malta, encontramos uma razão mais que provável para sua existência, tal como é referida.
25 [de março] — Latitude 51°58', longitude 51°0, termômetro a 41°. Ventos fortes de SO e mar grosso. Enquanto nossos amigos na Inglaterra estão esperando a primavera, seus dias alegres e claros e primeiras flores, estamos a navegar para regiões geladas, onde a própria cobiça foi forçada a desistir de côlonias semiformadas por causa da severidade do clima. Estamos envolvidos por um mar escuro e violento. Acima de nós um céu frio, denso e escuro. O albatrós, a procelária e a procelária pintada são nossos companheiros. Contudo, há um prazer em vencer as ondas que parecem irresistíveis e em lutar assim com os elementos. Esqueço-me de qual é o