Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823

última notícia e procuro consolar Lorde Cochrane quanto à primeira parte da informação, lembrando a probabilidade, senão a certeza, de que o navio em que vem Lady Cochrane tocará neste porto. Mas sua natural ansiedade não pode ser dominada.

Segunda-feira, 31 de março - Ontem a "Pedro I" ancorou na baía na altura de Boa Viagem. Fui hoje a bordo dela com Lorde Cochrane. Soubemos que o Imperador e a Imperatriz haviam estado a bordo de madrugada. Ao ouvir as queixas dos oficiais portugueses de que os marinheiros ingleses se haviam embriagado na véspera, a Imperatriz disse: "Oh! É o hábito do norte, de onde vêm os bravos. Os marinheiros estão debaixo de minha proteção, cubro-os com meu manto."

A "Pedro I" é um belo barco de duas cobertas, sem tombadilho de popa. Tem um belo tombadilho de canhões, mas não pude vê-lo melhor porque estava ainda recebendo provisões e tripulação. As cabines estão magnificamente decoradas, com bela madeira e almofadas de marroquim verde, etc. Disseram-me que o Imperador tem grande orgulho dela. O capitão Crosbie comanda-a e três tenentes, que vieram conosco do Chile, foram nomeados para ela.

1° de abril — Esperava o almirante para almoçar comigo, mas tive o grande desapontamento de ver o navio levantar ferro e partir. Soube depois que o Imperador e a Imperatriz estavam a bordo e que o acompanharam fora da baía até o farol, de modo que ele não pôde desembarcar. A manhã estava triste e escura quando a "Pedro I", a "Maria da Glória", a "União" e a "Liberal" levantaram âncora, mas exatamente quando a pequena esquadra passava diante de Santa Cruz e a fortaleza começou a salvar, o sol rompeu de detrás de uma nuvem e um jorro de luz amarela e brilhante desceu sobre o mar por trás dos navios. Parecia então que eles flutuavam na glória; e esta foi a última visão que tive de meu amável amigo.