Espanha. Parece que as reclamações de Portugal contra esta viagem, considerada uma interferência nos seus domínios, tiveram certo peso, pois só em 1515 foi Solis enviado em segunda viagem, já então com a finalidade ostensiva de procurar uma passagem para o Grande Oceano Pacífico, descoberto por Balboa em 1513. Este extraordinário e infeliz homem foi o primeiro europeu cujos olhos pousaram sobre o grande oceano. Ouvira falar dele pelos índios e partiu resolutamente para descobri-lo, bem prevenido dos perigos e dificuldades a vencer. Depois de 25 dias de sofrimento e fadigas, avistou o Mar do Sul. Ouviu então falar do Peru, das suas minas, das lhamas, das cidades e seus aquedutos e recebeu pérolas(4)Nota do Autor das ilhas que ficam em frente da baía de São Miguel. Foi aí que avançou de espada em punho pelo mar a dentro até a água chegar à cintura e tomou posse do mar em nome do rei de Espanha. Ninguém mais na Europa duvidava então de que o caminho ocidental para as Índias Orientais estava descoberto. Daí as grandes esperanças depositadas na expedição de Solis. Este navegador percorreu a costa do Brasil muito para o sul do cabo de Santo Agostinho — onde já estivera com Pinzón. A 1º de janeiro de 1516 descobriu a baía do Rio de Janeiro, de onde partiu para o sul e entrou no que se esperava fosse um mar, ou estreito, pelo qual se comunicaria com o oceano. Era, porém, o rio da Prata, onde Solis e vários de seus companheiros foram mortos e devorados pelos nativos. Os navios dirigiram-se então para o cabo de Santo Agostinho, carregados de pau-brasil, retornando à Espanha.
O rei Dom Manuel de Portugal, porém, reivindicou tais cargas e protestou de novo, com tal intensidade, contra a interferência da Espanha, que, três anos depois, quando Magalhães tocou no Rio de Janeiro, apenas pôde comprar provisões.
Nesse ínterim, diversos aventureiros franceses haviam estado no Brasil, levado sua carga de pau-brasil, macacos, papagaios, e saqueado, às vezes, alguns dos mercadores portugueses mais fracos. Em 1616 [sic] dois desses aventureiros