História econômica do Brasil; 1500-1820

teve que adotar aquele mesmo recurso, mas em maior escala.

É o que se verifica da evolução da moeda portuguesa e do estudo da origem do real, unidade de conta conservada até hoje para o nosso sistema monetário.

"O marco", ensina Costa Lobo, (14)Nota do Autor "foi desde o berço de Portugal, até a adoção, em nossos dias, do sistema métrico, a unidade de peso a que se reportava a quantidade de metal precioso em todas as moedas cunhadas. Mas para se declarar, tanto nos preceitos legislativos, como no troco, qual a quantidade partitiva de metal fino contida em cada uma das peças talhadas em um marco de ouro ou de prata, não se adotavam as divisões ordinárias do marco em onças, oitavas e grãos; usava-se, na Idade Média, o sistema de contagem por libras, que vamos explicar.

O ouro e a prata nunca se empregaram, estremes de toda a liga, no lavramento da moeda: a adjunção de pequena porção do metal somenos, geralmente o cobre, produz um composto muito mais maleável, e resistente ao desgaste. A quantidade desse metal, que é, por diminuta, sem valor considerável, determina o que se chama o toque, liga ou lei da moeda.

O toque dos metais preciosos, que atualmente, no sistema métrico, se computa por milésimos, exprimia-se, anteriormente, e ainda hoje, na linguagem vulgar, em dinheiros para a prata, em quilates para o ouro; a prata estreme dizia-se ter 12 dinheiros, o ouro estreme 24 quilates.

O marco de prata, reconhecido como legítimo padrão monetário, foi sempre em Portugal, como geralmente no resto da Europa, de 11 dinheiros de metal fino e um de liga.