História econômica do Brasil; 1500-1820

Em relação ao marco de ouro, não havia regra determinada, porque as moedas de ouro tinham pouco uso no intercurso interno, e, como dizia El-Rei D. Fernando, "correm mais por mercadorias que por moedas"; mas, por isso mesmo, cunhavam-se de boa lei, sendo o cruzado, até ao fim do século XV, e em parte ainda do seguinte, de 23 quilates e três quartos.

A libra era uma moeda de conta, subdivisão do marco de prata. Da mesma forma, eram o dinheiro e soldos, ainda que esporadicamente se cunhassem moedas com tais designações.

No tempo de D. Affonso III, 1213, subdividia-se o marco de prata em 12 libras, a libra em 20 soldos e o soldo em 12 dinheiros.

Com as necessidades do erário, foram se alterando os valores das libras, que passaram a ser 1/14, 1/18, 1/19 e até 1/307 do marco, no reinado de D. Fernando, durante as guerras com Castella (1364-1373). Na paz, conseguiu o rei estabilizar a libra a 1/25 do marco.

Conforme Teixeira de Aragão (15)Nota do Autor o Rei D. Fernando mandou cunhar reais e meio-reais de prata, pesando esses reais de 69 a 78 grãos.

Na base do marco a 25 libras, cada libra representaria, portanto, 2 1/3 a 2 1/2 reais de D. Fernando.

O Mestre de Avis mandou cunhar, em 1383, reais de prata, com título de nove dinheiros e de dez soldos, equivalendo cada libra de então dois reais.

A denominação dessa moeda viria das armas reais nela estampadas (16)Nota do Autor ou por serem moedas realmente cunhadas.