Em 1398, o Mestre de Avis, já Rei D. João I, lançou em circulação os reais com valor nominal de 3 1/2 libras, de princípio com título de dez dinheiros, que foram reduzidos, mais tarde, até 1 1/2 dinheiro.
Em 1408, aparecem os meio-reais cruzados, de 35 soldos. Em 1415, o real de dez reais ou real branco, com valor nominal de 35 libras, quebrando-se novamente o valor da moeda. O real preto valia 3 1/2 libras. Em 1422, houve nova quebra de moeda, ficando a libra valendo, nesse tempo, 1.173 vezes menos que a de D. Fernando. Como o marco no reinado de D. Fernando estava dividido em 25 libras, ficou então subdividido em 29.325 das novas libras! O real de meia-libra depreciou-se, assim, 1.173 vezes.
A libra era moeda de conta "mas todas as obrigações pecuniárias se achavam determinadas em libras", ficando o devedor fortemente aliviado por essas depreciações.
"E é principalmente esse resultado que induzia os governantes a decretar a alteração nominal. O motivo da quebra da moeda é sempre o mesmo, libertar o Estado do pagamento integral das obrigações contraídas" (17).Nota do Autor
O quadro que publicamos mostra as quebras sucessivas que foram tendo as moedas em seu conteúdo metálico. A partir de D. João I, em 1435, cessou o uso da libra como moeda de conta, substituída pelo real. No século XVI, já havia desaparecido o real preto e cessado a designação de real branco, passando-se a se utilizar da expressão réis para plural de real.