História econômica do Brasil; 1500-1820

O continente europeu apresenta-se hoje superpovoado em várias de suas zonas. Grandes Estados, ali existentes, disputam uma supremacia, para a qual lhes são básicos extensos impérios coloniais.

Os poderosos recursos da cultura e da técnica moderna, a experiência do passado e as concentrações de capitais, permitem-lhes a adoção de políticas coloniais fixadas em bases cientificamente determinadas e adaptáveis às mais variadas condições mesológicas.

Em diferentes fases do estudo da evolução da economia brasileira, teremos oportunidade de verificar a profunda interferência que sofremos dessas políticas coloniais, aplicadas a domínios que oferecem artigos semelhantes aos da nossa produção.

Não é com a mentalidade, ora imperante, que podemos julgar devidamente a política de ocupação e colonização seguida por Portugal na terra de Santa Cruz, no século XVI. Não se apresentava à Europa de então, sob o ponto de vista demográfico, a necessidade de expansão. Sua população não alcançava 50 milhões sendo, portanto, pouco densa, mesmo computados os meios atrasados com que se contava para a produção e transporte. Portugal dispunha de pouco mais de um milhão.

Já vimos que predominaram, a princípio, razões de ordem política e religiosa como incentivos da expansão marítima portuguesa. Desde, porém, que essas empresas começaram a apresentar resultados materiais, acentuou-se uma ambição imoderada de enriquecimento