História econômica do Brasil; 1500-1820

que, aliás, se tornou a mentalidade dominante em toda a Europa nesse início da era capitalista.

A não ser em relação às ilhas do Atlântico, descobertas no século XV, em que se traçou orientação diferente, Portugal seguiu, quanto à costa africana e ao império asiático, a política das feitorias comerciais, pelas quais assegurava o seu domínio e organizava o seu comércio.

Aquelas ilhas eram, em sua grande maioria, territórios despovoados. Fez-se a sua colonização pelo sistema de capitanias. A Madeira e o Porto Santo foram, em 1426, divididas em duas capitanias: Funchal e Manchu. Nos Açores seguiu-se o mesmo sistema. Colonizadas por algarvios e minhotos, as ilhas do Atlântico em breve prosperaram à sombra de um clima benigno e de um solo ubérrimo. Funchal, vila em 1451, era cidade em 1508. Em 1498, a Madeira possuía várias povoações importantes e já produzia 1800 toneladas de açúcar; em meados do século XVI, produzia mais de quatro mil toneladas (300 mil arrobas).

Apresentavam essas ilhas outras condições favoráveis ao estabelecimento de colônias agrícolas: relativa proximidade da metrópole, facilidade de acesso e de segurança, externa e interna.



Feitorias e colonização

As feitorias estabelecidas pelos portugueses na costa africana e na Ásia foram dotadas de uma organização especial, com fortes elementos de defesa; por diversas vezes, tiveram de sustentar lutas memoráveis contra os ataques dos povos dominados, dos corsários e dos navios das nações em guerra com Portugal.

Na terra de Santa Cruz, o valor e as possibilidades de comércio não justificavam, como já vimos,