História econômica do Brasil; 1500-1820

Apesar de tão escassa, representava a ocupação definitiva da terra. Um balanço aproximado dos capitais envolvidos na exploração do Brasil, entre 1560 e 1570, e da sua rentabilidade, demonstram que a colonização portuguesa já abrangia, nessa época, interesses de vulto.

Os donatários organizaram expedições para a ocupação de suas terras. Não será exagerado calcular em três naus por capitania o número de embarcações que aqui ficavam ou naufragavam a seu serviço.

Para a ocupação das capitanias de Paraíba, Rio Grande do Norte, Pará e Maranhão, que pertenciam, respectivamente, a João de Barros, Ayres da Cunha e Fernão Alvares de Andrade, associaram-se esses capitães mores organizando a maior expedição que jamais viera ao Brasil: 12 navios, 1.500 homens, dos quais 120 cavaleiros, copioso armamento e apetrechos variados. Essa expedição visava, principalmente, a busca de metais preciosos, talvez a conquista do Eldorado, nas proximidades do Peru... Fracassou a empresa, antes exploradora do que colonizadora.

O valor médio das naus seria de uns 20 mil cruzados que, a 160$000, valor aquisitivo de hoje, correspondera a cerca de 3.200 contos de réis. Trouxeram os donatários armamentos, ferramentas, sementes, instrumentos, reprodutores etc., que, conjuntamente com os auxílios aos colonos, deveriam tê-los obrigado a uma despesa mínima de cinco mil cruzados. Gastaram uns pelos outros em sua instalação nas novas terras, nas obras mais indispensáveis, no mínimo outros cinco mil cruzados.

O custo da montagem de um engenho, com todos os seus serviços acessórios, está avaliado na Historia de Portugal, de Damião Peres, em mais de 35 mil cruzados. Computaremos em menos de 50% dessa quantia o valor de cada um desses primeiros 60 engenhos,