Tempos primitivos
Foram os cruzados e árabes que tornaram conhecido na Europa o açúcar, primitivamente fabricado e usado na Ásia. Na Idade Média, era um artigo caríssimo, escolhido para presentes régios e como tal figurava nos próprios inventários monárquicos. Constituiu um dos objetos do comércio das repúblicas italianas, que também iniciaram a cultura da cana-de-açúcar e o seu fabrico nas Ilhas de Rodes e Sicília, na bacia do Mediterrâneo. Os árabes introduziram a indústria na Espanha.
O Infante D. Henrique, com sua preocupação dominante de intensificar o comércio, fez com que se iniciasse, na Madeira e em outras ilhas portuguesas, a cultura da cana.
Com o restrito consumo existente na Europa, onde era vendido como gênero medicinal nas farmácias, não tardou que o desenvolvimento da produção acarretasse sua superprodução e baixa nos preços.
Em 1440 uma arroba valia, na Inglaterra, 18,30 gramas de ouro, que representam 1:120$000 em poder aquisitivo de hoje, ou sejam 75$000 o quilo. Em 1470, este preço havia baixado para 45$000, e, em 1501, valia apenas 8$500 o quilo.
A produção portuguesa, principalmente a da Ilha da Madeira, provocou a destruição das culturas do Mediterrâneo e o desequilíbrio no comércio.