História econômica do Brasil; 1500-1820

Refere-se o Padre Estevam a um antigo engenho em Ilhéus, parado por causa das incursões dos aimorés:

"Deu este engenho em tempos antigos muito rendimento; acham-se livros antigos e neles muitas safras, de 12 a 14 mil arrobas de açúcar, em tempo de Men de Sá."

Fornece apreciações detalhadas sobre a receita e despesa com o custeio do engenho, o custo mínimo do açúcar, que reputa em 800 réis para o açúcar branco.

Os gastos com os cobres, com as barcas, com as obras, com o pessoal salariado estão todos mencionados.

Quanto aos negros :

"Todos anos um per outro é necessário meter ao menos peças em lugar dos que morrem e valem quando mais baratas a 35$000" (35£) ou sejam oito contos em poder aquisitivo de hoje.

Não se esquece o meticuloso jesuíta da discriminação da alimentação do negro. Farinha em quantidade. "Para seu comer se lhes dá de quando em quando (ao menos quando lança o engenho a moer) sua posta de carne; e pelas festas e pelo discurso do ano, a negros serradores e que trabalham em obras de peso, e aos fracos bem são necessários para isto." A verba consignada é de 10$000.

De seu vestir ao menos uns calçois de burel, de dous em dous anos, e as fêmeas seu manteo em outro tanto tempo..."

Nos mistos não há nas despesas o esquecimento "de pitanças se dão ao vigário que benze o engenho duas formas de açúcar: aos letrados escrivais meirinhos, e aos rendeiros por não entenderem com o engenho que tem mil bicos por onde podem pegar podem importar todos em 12$000."

Isto em 1635...