História econômica do Brasil; 1500-1820

A cobrança desses débitos, promovida após a retirada de Nassau (1644), agravada pelo declínio dos preços do açúcar, auxiliou a revolta dos antigos ocupantes contra o domínio holandês.

Apesar das vitórias conseguidas no Brasil, anuiu Portugal, para a assinatura da paz definitiva; em pagar à Holanda uma indenização de quatro milhões de cruzados, cerca de £600.000 em dinheiro, açúcar, tabaco, e sal, tal o empenho que havia de pôr cobro à situação! Para essa indenização concorreu o Brasil com 1.920.000 cruzados, pagos em 16 anos, à razão de 120 mil cruzados por ano.



Consequências econômicas e financeiras

Compreende-se hoje, do exame desses algarismos, as consequências econômicas e sociais do ciclo do açúcar.

Fizeram-se, a partir do fim do século XVI, rápidas fortunas e um luxo descomedido passou a imperar nas capitanias do norte. Todos os antigos historiadores são fartos nessas narrativas. Não fossem a subordinação à Espanha, as guerras em que se viu envolvido e outras circunstâncias que já apontamos, bem maiores teriam sido os proventos de Portugal em tal fase de sua economia.

Em 1600 seriam cem mil os habitantes do Brasil, dos quais 30 mil da raça branca. Em 1700 a população de colonos e homens livres não deveria exceder de 200 mil. Nunca teve o país uma tão grande produção e exportação per capita!

Desde princípios do século XVII salientam todos os cronistas e viajantes o número relativamente grande de colonos abastados no norte, em contraposição