História econômica do Brasil; 1500-1820

Podemos, hoje, definir o trabalho como a expressão da atividade social desenvolvida pelo indivíduo, visando assegurar um padrão de vida reclamado pelas suas aspirações. Há ainda uma tendência, cada vez maior, para diminuir as diferenças na apreciação das várias formas dessa atuação.

Não foi assim no passado. Asseguradas, preliminarmente, as condições indispensáveis à subsistência, as classes dominadoras concentravam as suas atividades principais nas lides guerreiras, religiosas e políticas, relegando para as inferiores as preocupações do trabalho, que foi considerado, por muito tempo, como atividade pouco digna.

Nas civilizações orientais, a escravidão era uma instituição comum. Na maioria dos povos africanos, havia duas classes de escravos: os servidores, que constituíam uma casta social inferior, mas da qual não havia uma separação rigidamente estanque, e os cativos de guerra, empregados nos serviços mais penosos, que iam, com o tempo, sendo absorvidos pela primeira.

Na América, o caso era diferente. A não ser as civilizações mais adiantadas dos altiplanaltos do México, do Peru e da Colômbia, o continente era habitado por uma grande variedade de tribos nômades, de vida primitiva, em que era praticamente desconhecido o trabalho organizado.

Para os primeiros habitantes da costa do Brasil, que viviam principalmente da caça e da pesca, variando