4.800 peças da Índia, anualmente, ao mercado espanhol num total de 144 mil escravos.
O governo espanhol cobrava direitos de 33-1/3 pesos por cabeça (cerca de oito libras esterlinas) sobre quatro mil peças anuais. O governo inglês passou esse contrato à célebre Companhia dos Mares do Sul (South Sea Co.), a mesma que provocou um dos maiores encilhamentos que registra a história econômica da Inglaterra.
Ora, se nessa época tais contratos eram considerados de tão grande monta, a ponto de estarem neles envolvidos interesses internacionais, como se admitir que pudessem passar despercebidos fornecimentos muito maiores à América Portuguesa? É verdade que as nações que os disputavam, visavam também fazer o contrabando de produtos manufaturados, no mercado espanhol, e trazer valiosas cargas de retorno. Mas, como demonstra exaustivamente Scelle, era o tráfico negreiro a principal preocupação dos asientos. Após o açúcar e os metais preciosos, constituía esse negócio o mais importante ramo do comércio marítimo, nos séculos XVII e XVIII.
O nosso erudito mestre Affonso de Taunay esclarece ainda que, em 1670, o capuchinho Frei João Antonio Cavazzi avaliava em 15 mil o número de escravos que saíam anualmente do Congo e Angola para toda a América. E que, em 1792, Sir George Stanton dizia ser a importação total dos escravos no Brasil de 20 mil peças, das quais cinco mil cabiam ao Rio de Janeiro. (10)Nota do Autor
Os rendimentos da Coroa
O governo português auferia grandes lucros com o tráfico dos escravos. Cobrava direitos de entrada,