História econômica do Brasil; 1500-1820

Revolução Comercial

Nos dois primeiros séculos de nossa formação, processava-se na Europa o estágio que os economistas de hoje caracterizam como tendo sido o da Revolução Comercial. Uma ambição de enriquecimento dominava os povos mais adiantados, traduzindo-se, através dos grandes Estados, então em formação, em fases de conquistas, expansão, lutas e guerras.

Com os reduzidos elementos da ação da época, sem a máquina e sem os progressos científicos, impulsionados pelas ideias mercantilistas de então, atiravam-se os Estados às pesquisas dos metais e pedras preciosas, emprestando também excepcional importância ao comércio das especiarias e de produtos exóticos que a zona temperada não produzia. A América, considerada por muito tempo como possível meio de passagem para as terras das especiarias e grande produtora que se mostrou, a partir dos meados do século XVI, de metais preciosos, de madeiras e do açúcar, tornou-se um dos alvos mais cobiçados, senão a preocupação dominante dos maiores estadistas.

O ouro e a prata do México e do Peru, as pérolas das Antilhas, as madeiras tintoriais e de construção, as plantas medicinais e, finalmente, o açúcar, que foi o maior produto do comércio internacional durante largo tempo, justificavam todas as ambições. As lutas para a conquista das ilhas do mediterrâneo americano representam páginas épicas que enchem a história dos séculos XVI e XVII, assinalando a aguda