rivalidade anglo-franco-holandesa. Foram os ataques àquelas ilhas e os saques às frotas mercantis espanholas que mais estimularam a formação das grandes marinhas daqueles povos; e alvo de maior cobiça seriam justamente as correntes de comércio monopolizadas pelos Estados, como era o caso das especiarias da Ásia e dos artigos das Índias de Castela.
No Brasil, o governo lusitano procurou entregar à iniciativa particular a criação dos engenhos e o comércio com a metrópole. O próprio comércio do pau de tinturaria, monopólio real, era outorgado por arrendamento a firmas comerciais. Transcorreu muito tempo, antes que os próprios governantes portugueses percebessem que os lucros indiretos provindo do comércio do açúcar do Brasil, acrescidos dos dízimos e das taxas diversas, seriam maiores do que os auferidos pela renda bruta das especiarias, cujos proventos eram absorvidos por uma pesada máquina burocrática.
O equilíbrio diplomático, que Portugal procurava desenvolver, não impedia que a França e a Holanda lançassem seus olhos cobiçosos sobre as riquezas da Terra de Santa Cruz. Os franceses, em investidas que perduraram por mais de um século, tentaram formar, na costa brasileira, a França meridional e a França equinocial. Os colonos lusitanos, aliados aos elementos da terra, apoiados pelos esforços dos jesuítas, cuja emulação religiosa em muito auxiliou a reação, conseguiram a expulsão definitiva dos franceses do Rio de Janeiro e do Maranhão.
A França, envolvida em grandes lutas continentais, não podia auxiliar eficientemente seus filhos nessa tentativa de ocupação da costa sul-americana.
Reunidas as Coroas de Portugal e Espanha, em 1580, passou Portugal a sofrer as investidas dos tradicionais inimigos do império espanhol.