Ainda no começo do século XVII, Brandonio, nos clássicos Dialogos das grandezas do Brasil, assim justifica a falta de penetração nos sertões em busca de outras fontes de rendimento:
"É verdade que não se tem estendido muito para o sertão; mas para isso, haveis de saber que todos os conquistadores, que até hoje descobriram de novo as terras que nos são patentes, lançaram mão, e se inclinaram trabalhando naquele exercício de que primeiramente tiraram proveito; de onde vejo que os nossos portugueses que povoaram as ilhas dos Açores, pelos primeiros se haverem lançado em agricultura do trigo, até o presente permanecem nela; os castelhanos, que povoaram as ilhas de Canárias, deram em plantar vinhas, e o mesmo exercício guardam até hoje em dia, e os que povoaram as ilhas de Cabo Verde tiveram proveito da comutação de negros, e com isso vivem e no reino de Angola, da conquista que também fazem deles, nessa permanecem; na ilha de São Tomé deram em lavrar açúcar muito negro, com ele continuam até o presente, e tendo aparelho para o fazer melhor, não se querem ocupar nisso. Os que povoaram as Índias ocidentais, uns se ocuparam na pescaria das pérolas, outros em fazer anil, outros em ajuntar cochonilha, outros na cria de gados, outros em lavrarem minas, e todos naquele primeiro exercício, em que se exercitaram nesse permaneceram. Nesse nosso Brasil os seus primeiros povoadores deram em lavrar açúcares; pois que muito que os demais os fossem imitando, conforme o costume geral do mundo, que tenho apontado? E este é o respeito por onde no Brasil seus moradores se ocupam somente na lavoura das canas-de-açúcar, podendo se ocupar em outras muitas cousas."
Nessa época, por volta de 1618, ensina Capistrano de Abreu: "Os estabelecimentos fundados por portugueses começavam no Pará quase sob o Equador e terminavam