chamavam de pelotas, segundo atestam hoje os nomes de dois rios — Pelotas — que interceptam a primitiva estrada dos tropeiros e dos guerreiros daqueles recuados tempos, o rio que liga as lagoas Mirim e dos Patos e o rio Uruguai na sua parte mais alta. Faziam os campeiros uma armação de madeira, em forma de semicírculo e bem adaptado a ela secavam o couro de uma rês, que suportava perfeitamente o peso de um homem com os arreios. Atirava o campeiro o seu cavalo ao rio, e preso ao rabo fazia-se rebocar pelo bucéfalo resfolegante até a margem oposta. É fácil de imaginar o espetáculo bárbaro de um exército ou de uma tropa nesse transe. Baús de couro e até obras de arte primorosas de couro cru".
O comércio do couro
Nessa época em que o animal era o principal veículo de transporte, em que a vida urbana era diminuta, fazia a população rural grande consumo do artigo, em múltiplas utilidades. Não se conheciam então tecidos impermeáveis, papelões e outros produtos que eram supridos pelo couro.
No Brasil exportaram-se couros e peles durante todo o período colonial. Segundo Antonil, o couro em cabelo, valia, em 1710, 50% do preço do boi. Aqui, além dos usos mais conhecidos, era ainda o artigo empregado, em larga escala, para encourar o rolo de fumo destinado à exportação e, mais tarde, foi utilizado para o fabrico de surrões para acondicionamento do açúcar e outros produtos. Negociavam-se couros salgados, secos, atanados e meios de sola.
A sua procura era tão intensa e tão grande movimento teve a criação nas regiões platinas, que ali, antes do estabelecimento da indústria do charque e dos modernos