História econômica do Brasil; 1500-1820

Não tardou que os platinos viessem fazer concorrência, no Rio de Janeiro, ao couro nacional. Acorreu, solícito, o governo português em defesa do erário real e um alvará de 1680 proibia o consumo de sola no Brasil que não fosse fabricada dentro do reino. É de supor que a abundância e o baixo preço do artigo, na Bacia do Prata, tivessem também influído no ânimo real para a instalação da colônia do Sacramento, nesse mesmo ano.

Todas as fazendas de criar pagavam dízimos de acordo com a sua importância e produção. Na nova colônia do Sacramento, a maioria dos couros exportados era, porém, proveniente de gado bravio caçado nos pampas, quando não do contrabando das possessões espanholas para ali levados pelos índios. Escapavam assim aos dízimos; daí a solicitude do governo real criando, em 1699, os quintos do couro da colônia do Sacramento, e determinando que todo o artigo ali produzido fosse exportado para o Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano lançavam-se novos impostos sobre os couros importados de Buenos Aires.

Em 1702 é adjudicado o contrato das vendas dos quintos dos couros reais por seis anos a 60 mil cruzados anuais, mais de mil contos de réis em poder aquisitivo de hoje.

Em 1729 já o couro valia menos e a adjudicação foi feita na base de 500 réis, cruzado e quarto, por peça exportada.

Em 1705, o contrato dos quintos dos couros era arrematado pelo tropeiro Christovam Pereira de Abreu. Em 1732 o ajuste estabelecia 550 réis por couro de boi e 400 réis pelo de vaca ou novilha.

Em 1747 as rendas dos quintos dos couros da colônia do Sacramento subiam a mais de 40 mil cruzados anuais.