História econômica do Brasil; 1500-1820

A história econômica do Brasil se processa através da formação evolutiva de um organismo social em ambiente inteiramente novo, permitindo que se percebam, nitidamente, as reações recíprocas do homem e do meio, no desenvolvimento das atividades econômicas.

É natural que, no limiar de sua crítica, seja desde logo dispensada especial atenção às condições de Portugal na época do descobrimento e ao tempo em que tivemos ligados os respectivos destinos.

Nascida na segunda metade da Idade Média, a monarquia portuguesa se mostrou desde logo com uma forte organização de governo central, pois que foi deste que os barões feudais receberam terra e poder.

Logo de início, puderam os soberanos portugueses assegurar à Coroa a maior soma de terras e de riquezas. Poupados e ricos foram os primeiros reis. A economia naturista predominava, recebendo os monarcas de seus foreiros e rendeiros 50% do vinho, um terço do trigo e diferentes prestações em outros gêneros, em trabalho e em serviço militar. Os feudos, unidades econômicas, quase que se bastavam a si próprios, com poucas deficiências. Havia equilíbrio entre a produção e o consumo, e nas feiras, as suas faltas ou sobras reciprocamente se compensavam. O ouro das arcas reais provinha, principalmente, dos tributos e presas de guerra.

Comprimido entre o mar e os reinos que mais tarde vieram a constituir a Espanha, era natural a tendência expansionista pela via marítima, que, desde os primeiros