poderia prescindir do domínio dos mares. Quase sempre porém precisam eles apelar para os recursos dos neutros, adquirindo no exterior os materiais que venham a necessitar para a continuação das operações militares. Nessa situação o domínio dos mares é garantia do sucesso, porque lhes permite o abastecimento e reabastecimento das suas tropas e da própria nação.
Para que não fique dúvida no espírito do leitor sobre essa afirmativa, citaremos diversos fatos históricos que a comprovam concludentemente, na impossibilidade de referí-los todos.
As conhecidas guerras pérsicas tiveram sua origem na revolta das colônias gregas da Ásia contra a dominação dos persas, senhores então de quase toda a Ásia Menor e cujo objetivo era o domínio do mar Egeu. Atenas então enviou um corpo de tropas a Mileto, colônia que encabeçara o movimento e com o qual conseguiu esta tomar e incendiar Sardes, capital da Lidia, que fora anos antes anexada à Pérsia por Cyro.
Dario I após seis anos de luta subjugou os rebeldes, destruiu Mileto e preparou-se para levar a guerra à Grécia, a fim de vingar o auxílio prestado por Atenas aos insurretos.
A primeira expedição sob o comando de Mardonio, genro de Dario, fracassou inteiramente por ter sido destruída a sua esquadra por uma tempestade e o exército dizimado na Trácia onde se acolhera.
Preparados novo exército de 110 mil homens e nova esquadra que o transportou, sob os comandos de Datis e Atafernes, foram estes generais derrotados na planície de Maratona por um exército de dez mil atenienses e mil plateneses, sob o comando de Milciades. O principal elemento do exército persa era a cavalaria. O general ateniense protegeu os flancos das suas tropas com numerosos abatises, nulificando a ação daquela arma. O exército persa