As forças armadas e o destino histórico nacional

seria logo ameaçada pelos próprios acontecimentos porque ainda incompreendida pelas massas, as quais teriam que agir em torno das ambições dos homens, derrubando-os e elevando-os periodicamente. A simples ideia de república não estava amadurecida nas massas francesas e muito menos a ideia de ditadura que é o termo final da evolução aguda do governo republicano, pela simples razão de que só ela é capaz de dar e unidade política, hoje e sempre indispensável, e pela impossibilidade de retrogradarem as nações ao governo monárquico absoluto.

Assim o momento histórico francês favoreceu as ambições de Napoleão Bonaparte que, consciente ou inconsciente da realidade política do seu tempo, evitou grandes calamidades à sua pátria, fazendo-se proclamar imperador.

Em que pese aos fanáticos que disseram de Napoleão: "O bandido penetra fascinado no grande cenário, cobre-se com o manto glorioso de Cesar...", não foi ele inferior a este. Ambos foram estadistas de valor, hábeis políticos e administradores, eminentes capitães, Napoleão muito maior que Cesar, este certamente melhor orador do que aquele pois que no seu tempo só lhe foi superior Marco Tullio Cicero. Ambos foram grandes ambiciosos.

É que o acanhado e exclusivista espírito de seita restringe e reduz a visão dos homens, não lhes perimitindo um exame imparcial dos fatos e as consequências e conclusões lógicas que deles derivam no tempo e no espaço. Se ao tempo de Napoleão era inviável o regime ditatorial, muito mais o foi dezoito e meio séculos antes, razão porque a ditadura implantada por Cesar realmente grande homens e dos maiores, foi efêrnera e apenas serviu como transição da república carcomida e desmoralizada ao império absoluto, único regime compatível com o estado de civilização daquela época.