As forças armadas e o destino histórico nacional

portugueses e ocupar a Madeira. A esse tempo já as tropas francesas de Junot invadiam Portugal pelo norte. Metido entre dois inimigos e sem possibilidade de reação a qualquer deles, D. João desfez os seus atos hostis à Inglaterra e atirou-se aos braços desta que lhe aconselhou e protegeu a fuga para o Brasil.

Camões no século XVI já havia dito que "um fraco rei faz fraca a forte gente", verso que quase três séculos depois calhou em D. João como a nenhum outro príncipe.

Se a estadia da corte portuguesa no Brasil trouxe a este grandes benefícios que ninguém pode negar, acarretou desde sua chegada até seu regresso constantes atritos e desavenças entre brasileiros e portugueses. A fraqueza do chefe do Estado nunca lhe permitiu tomar resoluções firmes e decisivas para pôr termo às intrigas e desinteligências entre uns e outros, as quais eram acrescidas pelos desmandos da rainha e seus asseclas.

D. João não distinguia portugueses de brasileiros, a todos considerando e bem querendo. O mesmo não acontecia a D. Carlota Joaquina e em geral aos fidalgos portugueses, os quais procuravam denegrir e prejudicar os naturais do país.

São do eminente João Ribeiro as seguintes palavras: "Honras e dignidades monárquicas, com a perda do sentimento da hierarquia e do mérito, tornaram-se logo ridículas na ridiculez dos seus indignos possuidores. Os bajuladores e favoritos e a numerosa comitiva do rei, aos milhares, sem trabalho, aquinhoaram-se em empregos novamente criados pela prodigalidade insensata da corte, que via nesse improviso das personagens uma necessidade do seu culto externo. De toda parte, à varinha mágica do rei, surgiam barões