Uma vez no governo, o partido então chamado da Ordem, dava aos militares seus co-religionários os melhores lugares nas classes armadas, os melhores comandos e chefias, transferindo os do outro partido para guarnições longínquas, quase sempre sem importância.
O efetivo do exército não chegava a 20 mil homens. As promoções eram morosas e cabiam em geral aos mais protegidos do partido governante. Os oficiais em sua maioria permaneciam anos e anos em um mesmo posto, sem qualquer estímulo que os levasse ao pleno cumprimento do dever, ao respeito pelo Império, ao entusiasmo pela profissão. Os capitães esperavam vinte anos a mais para ascenderem ao posto de major e para não deixar dúvida sobre o assegurado, relataremos o seguinte fato concludente: Aureliano Augusto de Azevedo Pedra, foi promovido a alferes em janeiro de 1868 por atos de bravura, a tenente em janeiro de 1869 por distinção em combate, a capitão em maio de 1869 por atos de bravura. Pois bem, aquele bravo e digno oficial só foi promovido a major em 1889, vinte anos depois, já no regime republicano e pelo princípio de merecimento.
Em tal estado de coisas não pode causar admiração a nenhuma influência da monarquia no ânimo dos oficiais, que, em grande maioria, não ligavam a menor importância à Família Imperial e em pouca estima tinham os estadistas do Império. Essa precária situação das forças armadas criada e mantida pelos poderes públicos cedo ou tarde teria que provocar reações contra as instituições políticas vigentes, as quais eram além disso consideradas espúrias na América do Sul republicana.
E assim foi.
O manifesto republicano de 1870, ao termo da guerra com o Paraguai, assinado por 59 cidadãos,