As forças armadas e o destino histórico nacional

indenização de 3.200 talentos euboicos (cerca de 20 milhões de francos) e que os prisioneiros romanos da guerra seriam libertados sem resgate.

Viu-se então a nação africana a braços com uma formidável crise econômica proveniente dos 23 anos de luta e das obrigações duríssimas que lhe foram impostas por aquele tratado. Atrasada por isso nos pagamentos de soldo aos mercenários que formavam a quase totalidade dos seus exércitos, viu-se ainda assoberbada pela revolta destes, que, depois de praticarem grandes depredações em Cartago, se aliaram aos povos da Útica e de Hippona-Zaryto, ciosos de sacudirem o jugo cartaginês, e com eles puseram cerco àquela metrópole.

Repercutiu a revolta nas ilhas de Córsega e Sardenha, possessões cartaginesas. Sob pretexto de socorro aos habitantes das duas ilhas onde também houve sérias depredações, Roma ocupou-as militarmente e anexou-as apesar dos protestos de Cartago, aproveitando-se deslealmente eda situação difícil da sua rival.

Em tal extremidade, Cartago apelou para o seu grande capitão, aquele que se cobrira de glória e que tanto a elevara na Sicília e a quem deixou de dar todos os recursos de que era capaz, não lhe fornecendo esquadras eficientes que pudessem abater de uma vez o poder naval romano sempre crescente. Entregou então os seus destinos a Amilcar que fora lançado ao ostracismo por ser partidário da guerra contra Roma e que havia compreendido que uma ou outra teria de sucumbir nessa luta gigantesca pelo domínio do Mediterrâneo.

O eminente cartaginês prontamente restabeleceu a disciplina e bateu os rebeldes no desfiladeiro do Machado e na batalha de Makar, exterminando-os sem dó nem piedade.