As forças armadas e o destino histórico nacional

Foi o erro do eminente presidente Affonso Penna, desejar impor à nação um candidato à sua sucessão. Este era inegavelmente um ilustre brasileiro, mas ainda sem as credenciais necessárias à honrosa investidura. Daí a colisão de interesses políticos entre o presidente e o seu ministro da guerra, cujo epílogo foi a morte daquele digno cidadão e a escolha deste para suceder-lhe, sem nenhuma elegância dos que o designaram e do designado.

Eleito o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca (1910/1914), certamente um patriota e honrado cidadão, educado fora dos meandros da política, cujas tricas desconhecia, difícil foi a sua tarefa de Chefe de Estado. Logo de início teve que conjurar a revolta dos principais navios da Esquadra sob a chefia de um marinheiro, na qual pereceu heroicamente o capitão de mar e guerra João Baptista das Neves, comandante do couraçado "Minas Gerais". Pouco depois revolta-se o Batalhão Naval, também dominado e sem demora.

Nesse quatriênio tivemos a lamentar as deposições dos governadores do Ceará, Pernambuco, Alagoas e Bahia, os quais vieram reviver episódios que pareciam extintos para sempre e que tanto desmoralizaram o regime republicano e os políticos.

Foi também nesse quatriênio o ponto culminante do domínio político do Senador José Gomes Pinheiro Machado, bem como o da sua impopularidade, a qual lhe acarretou a morte pelo punhal, vitimado por um indivíduo fanatizado pela imprensa amarela. Homem enérgico, voluntarioso, probo, destemido, com uma enorme folha de serviços à pátria na paz e na guerra, faltava-lhe uma sólida cultura que lhe permitisse descortinar o momento histórico que o Brasil estava vivendo, necessária a todo o condutor de homens na fase evolutiva da civilização a que tinha chegado o país. Essa falta de cultura lhe foi ruinosa e bem assim